sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Meu bandido, eterno namorado- Giselle Sato


Mãos


Em cada toque desperta.
Gozo arrastado
Fúria disfarçada
Amado
Descarado. Gato vadio.
Cão sem dono.
Surge de repente.
Como se o tempo não existisse
Sem regras.
Conceitos.
Preconceitos.

Ah! Eu te adoro.
Meu bandido, eterno namorado.


Boca


Rendição
Delicias
Reentrâncias
Gostos
Sabores
Partilhados

Palavras perdidas, promessas, planos e poesias...
Não me interesam!
Me basta a certeza da sua boca.
Toda vez que voce me beija.


Negue. Indeciso
Distante.Inconstante
Um instante. Dois segundos...
A vida inteira correndo diante de nós...
Em uma única noite.



Olhos


Teu olhar apaixonado
perdido...

Meus olhos perdidos
nos seus

Nossos corpos nus.
Perdição.

O coração perde o compasso.

Nas infinitas vezes em que me perco.
Dentro de você.

Luzes- Giselle Sato





O que existe por trás das palavras contidas? Apreço!
Desprezo sem preço.... Perguntas sem resposta.
Marcas do tempo, dores que o vento soprou distante.

Cinzas do passado. Descompasso em passos. Pesados fardos.
Ao largo pendia a estrada, mas há muito me desvencilhei dos sonhos.
Cheirando a terra molhada e coisas guardadas. Perdida vida!

Confronto em despedidas, emoções corroídas, alquebradas...
Pincelando gotas de esperança, sorvi a poesia em forma de saudade.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Insônia

Caio Rudá de Oliveira

Um desassossego à noite me veio qual peça de arte.
Não me concentrava senão no balançar
da cortina ao vento, uma rubra pintura expressionista
em penumbra, cena fatídica de filme noir.
Desconfiei de contratempos em sol na bexiga,
minha mera gaita de foles desafinada.

Romance meu sem início nem fim,
somente acompanhado meio repentino,
a concepção sorrateira desse poema.