domingo, 29 de março de 2009

Mundos Paralelos- Giselle Sato



Ao longo da linha do meridiano, somam-se vagas. Percorrendo oceanos, arrebatando sentimentos. Fluindo em correntezas paralelas, tomando direções opostas.

Consumindo as horas mortas na distancia e solidão. Luz e escuridão permeiam horizontes sem fim. Agonia! Bálsamo profano ardendo em luxúria. Ventos e abismos brotam em crescente...Fúria!

A eternidade é conjurada no leito sagrado. Rotas completam-se e perdem-se. Em goles ávidos tomam o fel dos vícios.

Icontroláveis Desejos Inconfessáveis

Inpulso Desvios Indecentes

Infinitas Dores Imorais

Queimam no fogo proibido. Amor que os tange em círculos...

A única certeza: Todas as linhas de meridianos entrecruzam-se nos pólos.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Mundos Paralelos


Mundos Paralelos



Ao longo da linha do meridiano, somam-se vagas. Percorrendo oceanos, arrebatando sentimentos.
Fluindo em correntezas paralelas, tomando direções opostas.Consumindo as horas mortas na distancia e solidão.
Luz e escuridão permeiam horizontes sem fim.

Agonia! Bálsamo profano ardendo no fogo da luxúria.
Ventos e abismos brotam em crescente...Fúria!
A eternidade é conjurada no leito sagrado. Rotas completam-se e perdem-se.
Em goles ávidos tomam o fel dos vícios.

Incontroláveis......... Desejos........ Inconfessáveis
Impulsos......... ..........Desvios....... Indecentes
Infinitas............ .........Dores ..........Imorais

Queimam em fogo ardente. Proibido amor que os tange em círculos.
A única certeza: Todas as linhas de meridianos entrecruzam-se nos pólos.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Enfim (2009)




Quando, enfim, me deixo
Perco-me em chinelos
Verso o Verbo-carne
De universos, bebo
A papéis, me prendo
Faço outras Babéis
Novas vidas, risco
Vagalumes, caço
Acho a hora perdida
Ganho o grande beijo


Quando, enfim, me viro
Visto qualquer cor
Clamo em outras línguas
Todo o fogo, como
Leio as entrelinhas
Em grão, me transformo
Rezo ao meu umbigo
Horizontes, rasgo
Coleciono dores
Sem amar, respiro

Minha Cria (2008)




Feita alta maré,

Sou bem mais que dama...

Te incendeio a cama,

Te lambuzo as pernas.

Tudo em mim se enerva,

Ao sugar-lhe a rama

Que, em riste, inflama

Meu licor-mulher.



Beba-o com fé,

Dentro, em mim, descamba.

E com a língua em samba,

Faz gemer tua Eva.

Meu quadril, eleva;

Abra-o em duas bandas.

Morda forte em ambas.

Cante minha ré.



Beije-me os pés,

Os meus dedos lamba,

Vem, me deixe bamba.

E me faça ébria;

De teus lábios, serva;

De teu membro, ama.

Em meus seios, mama:

Minha cria és!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Poemação II

Me admira o homem
com sua astúcia
fazer da maçã
objeto não de único objetivo.

A maçã é, pois, um subjeto
que alimenta
que ornamenta
ou que apenas apodrece no chão.


Ceci n'est pas une pomme - René Magritte

Poemação

O poema é uma maçã
que despenca da árvore,
ao sopro do vento, e
chega, seu único propósito,
ao chão.

Nature-morte aux pommes et aux oranges - Paul Cézanne


Do Azul

O azul me embriagou
penetrou-me o sangue,
cor da aristocracia
o viscoso azul dos nobres

Cor dos oceanos
da Terra vista do cosmos
cor de paz
não, a paz é branca
mas ainda gosto do azul,
são dessa cor as baleias
que vivem no mar também anil
ou seria turquesa?
tanto faz...
o inconteste?
sua beleza

Se menina, transcenderia o paradigma
rosa para as gurias,
não, não
azul, sim,
quem dera fosse azul o capim
dos nossos lindos verdes campos

Meu sonho
de todas as noites
é pulsão do inconsciente,
cair numa taça de azul
que me embriagou
e penetrou-me o sangue

De sterrennacht, van Gogh

Janelas

Todos os dias
da janela de minha casa
janelas escuras
apagadas

Já é tarde
é noite, é madrugada
e hoje janelas claras
acesas
do outro lado da rua

Lá dentro
algo aconteceu
Pessoas preocupadas
deixam suas janelas
iluminadas
Alguns andam
em círculos, em vão
vão de lado a outro
O outro está sentado
indignado
"como pode?"
Pode chorar
é válido
é o que faz alguém
no canto da sala
Agora só resta
aquele que reza
e pede conforto
ou uma luz, que sai
pelas janelas
daquela casa.

Night Windows, Edward Hopper

Gotas

feito nuvens de verão
estendidas no varal
descansam roupas brancas
donde pingam
lentamente
a denúncia do árduo labor
de lavar a sujeira, o suor
e a dor.

Lavadeiras, Portinari

quinta-feira, 5 de março de 2009

Na esquina

Around the corner, upload feito originalmente por Little.Snail.



Naquela esquina, você sempre dobra


À direita, e eu, na calçada estreita


Sigo atrás. Mas hoje, foi a tarde


Que dobrou dourada,


Quente de promessas


 


             E eu, ali, sem você, fiquei parada


             Na quina de um tormento.


             Eu era boneca de pano,


             Sem recheio, toda errada,


             Porque na rua onde você tudo acha,


             Não achei nada


 


                         Agora, a noite, que espreguiça


                         Na ponta crescente da lua,


                         Vai cair na encruzilhada,


                         E proteger amantes


                         Até amanhã cedo


 


                               E eu aqui, sem nenhum dinheiro,


                               Fria de medo,


                               Com pressa pra lhe fazer um agrado,


                               Não me acho,


                               Não sei se fico,


                               Nem se parto,


                              


                                          Ou se ainda sou a mulher


                                          Que você, para sempre,


                                          Quis ter só por um dia


© Compulsão Diária

 MyFreeCopyright.com Registered & Protected

Babel Miau


mulher com gato no colo, upload feito originalmente por luarembepe.


Golden quente, o pôr-de-sol


Reflete mostarda,


Faísca mel, yellow soul





           Frio é o desamparo


          Árduo blue, neste final de tarde


          Cool, busco abrigo,


         Algum alívio flower


         - Cinza rajada -




                      Na luz prata, ela me consola


                      Fada. Fate,


                      Invite me e mia meu destino


                      No tom



                                 Silver Cat, minha gata vira-lata


                                 Brilha carinhos abertos


                                On the road, treme


                                Faz ron-ron, no meu dedo


                                Finger zelo - bright light




                                             Somos ela e eu, nuas em pelo


                                             Ritual invisível


                                             Spiritual carinho


                                             É dom




Ambas no colo, calmas


                           Até o final somos,


                            Too much,


                             Duas night fellows


                             Aconchegantes


Santana - Black Magic Woman




©Compulsão Diária