Quisera viver
Sem diploma precisar
Ter pão pra comer
Sem me perturbar
Fazer o que sei
O que gosto
E a sabedoria perpetuar
O que a vida ensinara
A mesma trata de aperfeiçoar
Quisera eu
Continuar alma nobre
E não desfalecer de chorar.
O que nos castelos aprendera
Desaprendera na volta ao lar
Dos valores oportunos, utopia
Dos desagradáveis, ficção.
Afronta, maltrata e massacra coração.
Se acordo
Sou merda mental
A falsa ciência
Porra nenhuma de intelectual
Falo feio, penso torto
Nada escrevo
Sólo soy âmago morto.
Quisera eu
Viver-me ao guardar-me por dentro.
Quisera eu.
sábado, 26 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
transparências
luz baça de manhã nublada
na quase primavera
as palavras ficam assim
distorcidas de vítreos efeitos
tão translúcidas e brancas
que ninguém pode dizê-las
mas o olhos
seres autônomos e encantados
movem-se como bússolas, imantados,
e captam o brilho oculto das estrelas
na quase primavera
as palavras ficam assim
distorcidas de vítreos efeitos
tão translúcidas e brancas
que ninguém pode dizê-las
mas o olhos
seres autônomos e encantados
movem-se como bússolas, imantados,
e captam o brilho oculto das estrelas
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sexta-feira, 11 de setembro de 2009
O Lago
Perto de onde moro
Há um lago
Nado, mergulho
vejo sentimentos
coisas escondidas
emaranhados
e a água turva
Vejo a mim
um garoto jovem
que pouco sabe
mas sonha
gradiosas
Feliz, se devaneia
e vive intensamente
Ora enegrece
e pela água turva
surge flutuando um velho
é a própria morte - doentia
traz consigo a Tristeza
e o redor desseca
eu também, me encolho e choro
As estrelas vêm
se entapetar na superfície
são gotas brancas n'agua negra
reluzentes, lindas
eu as toco com
a ponta dos dedos
e engelece meu corpo
Caminho pelo água
de mãos dadas
com um vulto
vou e venho
no farfalhar da maré
canto o amor
a noite, o lago me renovam
O lago cochicha
em meus ouvidos
me mostra tudo
sou uma parte dele
ele parte de mim
entrelaçados, partimos
somos um vivendo noutro.
2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
O Nada
por Ju Blasina
Guardo relógios parados
E no silêncio repousa o tic-tac eterno
Guardo calendários antigos
E já desfolhados
Meus dias passam invisíveis
Benditos grilhões metafóricos!
Trago-os sempre comigo
Em segredo
Tento prender-me ao tempo
Ao fechar dos olhos
Vejo o passar dos dias distantes
Latentes, num breve lampejo
A incerteza me congela
Interminável... Suspiro
Temo perder-me no tempo. Só
A ânsia palpitante me remete
À vidas (mal) passadas
E a dor que ancoro ao peito
Tanto aperta que me aporta
Vago neste intrépido mar revolto
Movido ao sabor das dúvidas
Tão salobras
Sem sentido
Vou seguindo
Levado a esmo
Temo por nada
Ser um dia
(Longínquo — Espero)
Ao completar a rota cíclica
E encontrar — triste — certeza:
Nada é tudo
E nada mais é que
O que restou por fim
O que sobrou de mim (?)
Temo por nada
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