À minha volta livros e livros.
Todo o saber do mundo ao alcance de minha pálida mão,
Mas que farei com tudo isto que não me pertence?
Serei melhor conhecendo o conhecimento conhecido por outros?
Não seria melhor se eu me lançasse ao mundo
Buscando minhas próprias respostas
E traçando o conhecimento futuro?
Não serei eu mais feliz se, ao invés de receber,
Também eu pudesse um pouco dar?
Mas sou fraco,
Preguiçoso,
Vergonhoso.
Prefiro mil vezes a tranqüilidade de minha cama,
O conforto dos livros ao alcance dos braços,
A certeza de que a verdade está contida em folhas
E espargidas por entre aqueles caracteres belos e distantes.
Não quero buscar respostas, tampouco criar verdades,
Pois mesmo àquelas certezas que recebo de peito aberto
Ponho todas em dúvida com um simples bocejar.
E reclino minha cabeça sonolenta no travesseiro
Sonhando as aventuras que nunca viverei
Mas que também não quero jamais viver.