ainda agora ontem era a hora
e, por mais que tanto houvesse,
nada via do que acontecia
só depois de ir-se embora
é que, no vazio da realidade,
brotou um pé de saudade
entre espinhos de melancolia
nasceu uma flor de amizade
terça-feira, 2 de junho de 2009
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Que belo indriso, Márcia!
ResponderExcluirEu não sou lá a criatura mais adequada pra analisar este tipo de soneto, mas gostei do tom, do tema (principalmente)e da forma sutil abordada.
Ainda ontem postei um blavino sobre o tempo - pra mim è sempre uma forte e inesgotável fonte inspiração (eu diria até "tormento")
Mas no teu caso, esta inspirarão foi aproveitada de uma forma tão delicada e saudosa... Brotando em belo indriso!
(Deixo ao Mr. V. - o mestre dos sonetos - que comente a estrutura e etc - coisas que eu nem vejo, mas creio que existem!)
Beijus
A Ju disse haver postado, ontem, um poema sobre o tempo.
ResponderExcluirCuriosamente, também publiquei hoje um a respeito.
Tema realmente inesgotável...
Mas não me pareceu ser ele o "centro" de seu indriso, Márcia.
A saudade, mesmo dita em um único verso, falou-me mais alto.
Quanto à forma, confesso-me igualmente despreparada para comentar. Abração pra você.
Como eu sou o mestre dos sonetos, vou descrever a estrutura do indriso: se você quer escrever um indriso, faça exatamente como esse aqui: dois tercetos e dois versos solitários.
ResponderExcluirAs características de composição da Marcia estão quase todas aqui: a escassez de pontuação, as iniciais minúsculas e a ausência de título. Não gostei muito das rimas, e não sei explicar por que.
Quanto à amizade, achei bonitinho... nascer uma flor de amizade entre os espinhos da melancolia. Talvez os espinhos sejam um mecanismo de defesa, não é? Os espinhos só são ruins para quem se aproxima.
Bonitinho.
Delicado. como de praxe. Indriso , blavino, soneto..concreto..Márcia nada em todos e bem. Adoro
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