terça-feira, 9 de junho de 2009

Evidências do amor


Ela perguntou se ele a amava.
Ele disse que sim e ela, que não acreditava,
mesmo reconhecendo
que aquela era, de fato, a verdade.
Mas não faria qualquer diferença
se verdade aquele fato não fosse...
Se não a amava,
ao menos fingia com total perfeição.
E que diferença há entre uma paixão de verdade
e uma que se finge até com o coração?
Sim, porque o coração dele gostava dela
- somente com ela acelerava daquele jeito.
Sabia fingir realmente o danado!
E ela sabia que não se há como ser perfeito
quando se mente que se está apaixonado.
E o abraçava na certeza de que era amada
- porque se pode dissimular com palavras,
mas contra as evidências do amor não há nada.


Escrito e engavetado há mais de 15 anos. Jamais divulgado.

8 comentários:

  1. Andei fazendo umas contas e percebi que tinhas menos de 18 anos ao escrever o poema.
    (Quase minha idade) Também comecei cedinho e, se depender de mim, escreverei por um bom tempo (o 'para sempre' existe? rs).

    Gostei da história e de seu ritmo. - O medo da ilusão... Primeiras frustrações -
    (não me pareceu forçado, mas bem vivido)
    Retratou bem a fase...A maturação feminina e a contínua sensibilidade.

    “porque se pode dissimular com palavras,
    mas contra as evidências do amor não há nada.”
    Foi o melhor!

    Começou bem, ‘danadinha’. :D

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  2. Sim, Tatyanny, comecei a escrever muito cedo... Tenho uns manuscritos de quando tinha uns 9 anos, acredita? (risos)

    Já no computador, tenho um arquivo com diversos poemas antigos - a maioria deles, infelizmente, sem a data precisa em que foram escritos.

    "Evidências do amor" é um deles. Certamente, fez parte de minha adolescência. O texto não é, em si, confuso, mas retrata a minha confusão da época. Como você bem disse: "o medo da ilusão", as "primeiras frustrações".

    Obrigada pela análise e pelo elogio! E que possamos, sim, escrever "para sempre"! (risos)

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  3. Então, olá Renata.
    Gostei da cadência da narrativa, especialmente do desfecho porque sintetiza bem a crença, aliás, a dúvida. Afinal, Amor também é dúvida não é?

    abraço.

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  4. Ei, Carol!
    Obrigada pelo comentário!

    Não entendo o amor como dúvida...
    A dúvida está em se saber amada - ou não.

    Beijo.

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  5. Boa estréia. Sensível e com o frescor dos sentimentos recem descobertos.

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  6. Oi Renata
    Aqui estou - antes tarde do que mais tarde

    Gostei do tema e da forma como foi abordado,
    mas enquanto poesia, não sei - acho q daria um ótimo conto ou até crônica.
    Senti falta de um "sabe-se-lá-o-quê" em tom ou forma, sinceramente, não sei dizer, mas sinto o poema manco - O que não tira a beleza e a verdade de algumas afirmações como por exemplo:

    "Se não a amava,
    ao menos fingia com total perfeição."

    Afinal de contas, é isso q importa, não é mesmo? Não há como saber o que o outro leva consigo por dentro, mas o que ele nos dá, e como se apresenta, isso sim importa, seja verdade ou não!

    Pode não ter me convencido enquanto poema, mas é, sem dúvida, uma bela carta/ou desabafo de amor.

    E parabéns pela estreia!
    (nunca é fácil) Beijos Querida.

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  7. Obrigada, Giselle!
    Pelos comentários postados aqui e no doce de lira.
    Um beijo.

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  8. Poema manco, Ju?

    Talvez... Afirmei que o escrevi quando ainda muito nova e inexperiente, por volta dos meus 15 anos. Naquela época, menina de 15 anos ainda brincava... (risos)

    Certamente, foi um desabafo! Isso, sim. Como página de um "querido diário".

    Obrigada pela receptividade! Um abração!

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