terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

nós

não me perca

não me deixe
escorrer-te pelos dedos
me segure, me retenha

me seduza, me conquiste
seja a vírgula, seja o ponto
me ame, me ate, me capte

não permita que eu
- mais uma vez -
escape…
`

5 comentários:

  1. A metáfora e a ambiguidade do "nós" (o pronome e o subsantivo) eu já usei em um poema meu. Aqui, Marcia empregou o mesmo recurso.

    Outro ponto marcante - e que eu aderi, sem a menor vergonha - é a total ausência de letras maiúsculas e... vejam só, de pontos finais. Outra vez, em vez de "poetizar" as palavras, vale-se da sintaxe externa, e os sinais de pontuação ("seja a vírgula, seja o ponto").

    O "tu" é comum na lírica da Marcia. O eu-lírico dirige-se ao "tu" com intimidade, e por vezes revela-se (tão somente) através desse monólogo dirigido.

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  2. Por "comum" entenda-se "constante", ok.

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  3. Rapte-me!
    Magnífica poetisa. Sabe o ritmo e o tempo do poema e do amor.

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  4. Sensual. Marcia esta poesia está adorável. Na medida certa atiça e é sutil. Muito boa.

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  5. Amei!!! Realmente amei a poesia - e se amei sofri! (risos) Me identifiquei muito - me tocou, mais que qualquer outro dos muitos que hoje eu li! Acho que não preciso dizer mais nada...

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