Ficava a imaginar
Se loucos amavam,
Ou se amavam porque eram loucos.
O que levaria alguém a cometer suicídio?
Que instantes tão loucos,
Sentimentos que ninguém relatou.
Será que morrer é melhor que viver?
Ou amar é pior que a dor?
E se amar é viver...
Por que Cristo morreu com tanto amor?
O amor bloqueia o pensamento
Está fora da razão,
Do nexo e do contexto.
Do muito que vivi, do que acho que aprendi.
Deste pouco que nada sei
Nessa vida cética, sem rima, sem métrica.
E agora, onde estou?
A beira de um suicídio!
Mas por gostar de desafios;
Amanhã serei a mesma que hoje sou.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Sem Métrica - Tatyanny Nascimento
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Bem vinda ao Blog, Taty.
ResponderExcluirAmei a poesia e acho que poderia gerar uma ótima crônica! Parabéns!
ResponderExcluiri) Criatividade: infelizmente, não um poema apelativo pela novidade, posto que não traz nenhuma: é, em suma, uma reflexão íntima.
ResponderExcluirii) Uso adequado da linguagem: adequado. Acho apenas que, para um poema, traz muitas questões. Poderia restringir-se a uma, e, tentando dar a esse questionamento uma aplitude maior que apenas "perguntar", deixaria-se o leitor sem uma resposta. A propósito, é melhor poeta aquele que mantém-se sempre como questionador. Já temos um começo.
iii) Metáfora: como procede todo o trabalho pelo leitor, o poema não traz nenhum sentido implícito, nenhuma peça do jogo para ser movida, nenhum "olhe lá, e não aqui". É um texto prosístico, basicamente argumentativo, escrito em frases interrompidas (versos).
iv) Demais comentários: Não sou a pessoa mais recomendada para fazer comentários sobre a presença de Jesus Cristo em poesia. Mas se o Tio Pessoa usou, por que não nós? De todo modo, não capturei o sentido de sua "aparição" no poema, nem a necessidade do reforço ao que já estava sendo dito.
A minha interpretação do poema é que se trata de uma reflexão sobre as razões do suicídio: segundo o poema, seria o amor - excessivo ou inexistente. E ainda, em seu último verso, afirma que se trata de uma ação inútil, pois, mesmo morto, o suicida ainda é a mesma pessoa.
Como reflexão, o texto funciona bem. Como poema, pode melhorar bastante.
Mas está bastante bom, para o começo no Estúdio.
taty, há muitas perguntas num poema só... a questão do suicídio aparece aqui como ligada à loucura... bem, nem sempre... e o amor, idem... amar pode ser "estar doente dos olhos" apenas, e não da cabeça... este texto tem um conteúdo que poderia ser retrabalhado e transformado num miniconto, numa crônica, ou numa poesia... mas, como está, acho que é uma "reflexão poética", se é que isso existe... ah, sim...tbm não compreendi o que cristo veio fazer no poema!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirdisse...
ResponderExcluirTaty, sou nova também e qdo escrevo encontro dificuldade em desenraizar as palavras, esse gesto que arranca as palavras de suas conexões "normais". E assim, o poeta faz com que a palavras, naquele contexto, pareçam recém-nascidas (esse acordo ortográfico faz tudo estranho, recém nascida?)e , depois, o leitor as faz voltar numa interação tensa entre poema e leitor.
Aqui eu não entrei na sua rotação. Não me afetaram as perguntas. Não por serem mais ou menos importantes. Mas, porque elas ficam soltas. Não encontrei um eixo, uma força de gravidade que me atrísse pro centro do que você tentou dizer.
Se a linguagem busca dar conta do indizível, e isso é sempre impossível porque estamos sempre aquém dela, aqui as perguntas foram além.
Desculpe o atraso da leitura