em ti escorro, me derramo e aquieto
murmuras algo feito quente e macio
dá-me teu núcleo noturno e delicado
como os tolos que seduzes
e a cada hora, maldita, bendita,
ora me abandonas e novamente amanhã
se vais, respiro o que restar de teu hálito
espalho em mim um fio de teu suor
Forte, intenso, claro, conciso...
ResponderExcluirEu diria até mesmo 'palpável de tão vívido'
E o 'ponto alto' culmina o final: 'se vais, respiro o que restar de teu hálito - espalho em mim um fio de teu suor'.
Danem-se as justificativas: adorei!
Gostei das rimas internas e nada óbvias. A sedução é assim tb: dá e tira, nunca óbvia, explícita
ResponderExcluirUm indriso com a medida exata. Grata revelação de Mr V.
ResponderExcluirAs ultimas frases fecharam a poesia com chave de ouro. Realmente Indriso respira e toma forma de uma maneira inebriante. Eu sou suspeita pra falar...
tbm fiquei fã deste formato, indriso... aqui, um texto de fato sedutor... o que seduz é o não dito por inteiro, o sugerido, o meio-mostrado... este poema faz isso: sugere, diz sem dizer, atiça a imaginação... muito bom... as rimas internas são sempre difíceis de construir, e mostram um trabalho sobre o texto... o penúltimo verso me encasquetou na primeira leitura (se vais... ) tive que reler pra perceber que "se" era "caso", e não um equívoco de "te vais"...
ResponderExcluirSeduziu-me.
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