O Estúdio é o espaço para criar poesia, e para discutir sobre o que possa estar relacionado a ela: aos próprios poemas, ao ato de criar e seus inúmeros processos.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Poemação II
Me admira o homem com sua astúcia fazer da maçã objeto não de único objetivo.
A maçã é, pois, um subjeto que alimenta que ornamenta ou que apenas apodrece no chão.
Interessante... Pomar inspirando Poemas, então, vouala: 'Poemar!' Gosto da liberadade dos termos, mesclando uma linguagem simplista a uma visão profunda. Em poucas palavras abrange muito significado- É conciso sem deixar de ser poético. Gostei muito do 'brincar com as palavras' 'Poemar' 'Objeto de não único objetivo'
E a maça evolui para a categoria de sujeito, encontrando seu inevitável fim ao 'apodrece no chão' Em uma uníca palavra: Astuto! Parabéns!
entendi que o quadro de magritte faz parte deste poema... 'e um poema-ação em torno da (poe)maçã(o) que n'est pas une pomme... qual é, para o poeta, o objetivo único do poema... como a maçã que não-é, o poema alimenta (a alma), ornamenta (a vida) ou apenas apodrece no chão (do esquecimento, tão caro ao volmar)... o poema passa a perna no poeta, torna-se, ele próprio, poema-ação sujeito, e quem é comido é o poeta... bem, viajei! mas achei muito bom, caio!
A pintura do Magritte diz muito sobre este poema. "Isto não é uma maçã", eis a idéia.
Pensando assim, e tendo lido a "poemação" anterior, digamos que a maçã, aqui, seja a própria poesia, mais uma vez. Então, temos a poesia com seus vários objetivos, que podem ir tanto de algo que agrade/supre algum capricho do homem, ou vá ao chão sem que ninguém a absorva, para, enfim, apodrecer.
Você foi muito feliz ao dialogar com a arte do Magritte, Caio. Pois vejo-a como uma porta-voz do que realmente é a Arte, que possui seus próprios significados, não se resumindo a copiar a "realidade". Sendo a poesia também uma arte, podemos refletir no sentido de ir além do que as palavras nos apresentam, buscando os significados ocultos, as entrelinhas, explorando o que, de fato, a poesia pode oferecer.
Igualmente filosófico, esta segunda parte de "Poemação" trata da metáfora: afinal, por que é que uma maçã não é só uma maçã? O que é que ganhamos fazendo com que uma maçã seja outra coisa, represente outra coisa, esteja em lugar de outra coisa, que não seja, meu Deus, uma maçã???
A minha conclusão: não sei! Temos a mania insistente de, não só dizermos mais do que dizemos, mas vermos outras coisas naquilo que vemos, querermos ler mais do que está escrito.
Tudo por conta de uma mardita duma fruta, vinda da Árvore do Conhecimento: Fomos expulsos do paraíso por causa de um único pecado - a curiosidade. E o fruto, dizem, era uma maçã.
Anne Caroline Quiangala é estudante de Letras, toca guitarra e adoraria desenhar HQ... "Era uma vez uma garota que escreve coisas. Era uma vez eu. Entre Caos e ordem, entre ordem e caos: a das concepções carolinas, isso é, da visão absurda do absurdo. No mais, apenas insanidade repentina, repetida e só."
Compulsão Diária (Bea)
Aprendiz de escritora, mãe de um casal de adultos jovens, casada com o contista Marcos Pontes, companheira de um casal de gatos, psicanalista e nativa estrangeira no longe perto de lá - Sampa - sempre junto nesta Bahia, metade sertão, metade céu.
Caio Rudá
"the child is grown / the dream is gone / the poetry has come"
Giselle Natsu Sato
Giselle Sato é autora de Meninas Malvadas, A pequena bailarina e Contos de Terror Selecionados. Se autodefine apenas como uma contadora de histórias carioca. Estudou Belas Artes, Psicologia e foi comissária de bordo. Gosta de retratar a realidade, dedicando-se a textos fortes que chegam a chocar pelos detalhes, funcionando como um eficiente panorama da sociedade em que vivemos. A música sempre teve um papel importante em seus textos. Muitos foram escritos sob a emoção de algumas composições. Agora compartilhadas.
Guilherme Rodrigues
Estudante de Letras na Universidade do Sagrado Coração, em Bauru, onde sempre morou. Procura reinventar o mundo a seu modo, seja belo ou grotesco, e assim mostrar um novo caminho. Admirador das coisas mais simples e belas do mundo e da vida, busca expressar essas sublimes minúcias em suas poesias. Ama o café da tarde com pãezinhos. Apaixonado por Línguas, Literatura e Linguística.
Ju Blasina
Gaúcha, virginiana e mulher (Bah). Não se julga muito sã e coleciona papéis - alguns afirmam que é bióloga e etc, mas ela os nega dizendo-se escritora e ponto final. Disso não resta dúvida, mas como nem sempre uma palavra sincera basta, voltou à faculdade como estudante de letras, de onde obterá mais papéis para aumentar a sua pilha. É cronista do jornal Agora (Rio Grande - RS), mantém atualizado seu blog ‘Poesias + 2 tantos’ (entre outros) e participa de fóruns e oficinas virtuais, além de projetos secretos sustentados a base de chocolate e vinho pós meia-noite.
Marcia Szajnbok
Médica formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, trabalha como psiquiatra e psicanalista. Apaixonada por literatura e línguas estrangeiras, lê sempre que pode e brinca de escrever de vez em quando. Paulistana convicta, vive desde sempre em São Paulo, sempre à procura da poesia na loucura da cidade.
Tatyanny Nascimento
Apenas uma caminhante que perdeu o medo de se perder, Minuciosa formiga, assim devera ser. Uma criatura que busca incansavelmente entender o ser humano. Das aventuras que tira suas inspirações, restam-lhe experiências. Da vida que saboreia, restam-lhe amores, paixões, tristezas, surpresas ou quase nada. É amante da vida, quiçá poetisa: “Ser poeta é ser e não ser. Ser poeta é.”.
Volmar Camargo Junior
Inconformado com a própria inaptidão para dizer algo sem ser através de subterfúgios, abdicou de parte de suas horas diárias de sono, tentando domar a sintaxe e adestrar a semântica. Depois de perambular pelo Rio Grande do Sul, acampou-se na brumosa, fria, úmida, às vezes assustadora – mas cercada por um cenário natural de extrema beleza – Canela, na Serra Gaúcha. Amargo e frio, cálido e doce, descendente de judeus poloneses, ciganos uruguaios, indígenas missioneiros, pêlos-duros do Planalto Médio, é brasileiro, gaúcho, e, quando ninguém está vendo, torcedor do Grêmio Futebol Porto-alegrense. Autor dos blogs “Um resto de café frio” e “Bah!”.
Interessante... Pomar inspirando Poemas, então, vouala: 'Poemar!'
ResponderExcluirGosto da liberadade dos termos, mesclando uma linguagem simplista a uma visão profunda.
Em poucas palavras abrange muito significado- É conciso sem deixar de ser poético.
Gostei muito do 'brincar com as palavras'
'Poemar'
'Objeto de não único objetivo'
E a maça evolui para a categoria de sujeito, encontrando seu inevitável fim ao
'apodrece no chão'
Em uma uníca palavra: Astuto!
Parabéns!
concordo com a Ju. Poe(maçã)o é também brincar com as palavras e a relação sujeito-objeto tão desprezada na poesia "muderna'.
ResponderExcluirAstuto!
entendi que o quadro de magritte faz parte deste poema... 'e um poema-ação em torno da (poe)maçã(o) que n'est pas une pomme...
ResponderExcluirqual é, para o poeta, o objetivo único do poema... como a maçã que não-é, o poema alimenta (a alma), ornamenta (a vida) ou apenas apodrece no chão (do esquecimento, tão caro ao volmar)... o poema passa a perna no poeta, torna-se, ele próprio, poema-ação sujeito, e quem é comido é o poeta...
bem, viajei! mas achei muito bom, caio!
A pintura do Magritte diz muito sobre este poema. "Isto não é uma maçã", eis a idéia.
ResponderExcluirPensando assim, e tendo lido a "poemação" anterior, digamos que a maçã, aqui, seja a própria poesia, mais uma vez. Então, temos a poesia com seus vários objetivos, que podem ir tanto de algo que agrade/supre algum capricho do homem, ou vá ao chão sem que ninguém a absorva, para, enfim, apodrecer.
Você foi muito feliz ao dialogar com a arte do Magritte, Caio. Pois vejo-a como uma porta-voz do que realmente é a Arte, que possui seus próprios significados, não se resumindo a copiar a "realidade". Sendo a poesia também uma arte, podemos refletir no sentido de ir além do que as palavras nos apresentam, buscando os significados ocultos, as entrelinhas, explorando o que, de fato, a poesia pode oferecer.
Belo poema, onde poucas palavras dizem muito!
Parabéns!
Igualmente filosófico, esta segunda parte de "Poemação" trata da metáfora: afinal, por que é que uma maçã não é só uma maçã? O que é que ganhamos fazendo com que uma maçã seja outra coisa, represente outra coisa, esteja em lugar de outra coisa, que não seja, meu Deus, uma maçã???
ResponderExcluirA minha conclusão: não sei! Temos a mania insistente de, não só dizermos mais do que dizemos, mas vermos outras coisas naquilo que vemos, querermos ler mais do que está escrito.
Tudo por conta de uma mardita duma fruta, vinda da Árvore do Conhecimento: Fomos expulsos do paraíso por causa de um único pecado - a curiosidade. E o fruto, dizem, era uma maçã.