segunda-feira, 27 de abril de 2009
Sinestesia
Sensorial,
sensitiva,
afetiva,
paradoxal.
Ódio; calor,
Frio; amor,
Vento vai,
Penso; sou,
Vento volta;
Apagou.
Sou,
sendo sem ser.
Sinto querendo ver,
vejo querendo ser,
sinto, vejo e sou
o não querer.
Vivo,
finjo,
finjo que vivo,
vivo fugindo.
Sou,
sendo sem ser,
quero com poder,
posso sem querer,
quero sempre
o não poder.
Sinto logo vivo,
quero logo sou...
Posso?
Desisto!
Não sei pra onde vou...
inTENSA
Poema Vivo
Pra lembrar-te
ouço canções latinas,
toco Jackson do Pandeiro,
canto o amor à surdina.
Andaria na contramão,
seria sua percussão,
fumaria um câncer,
beberia o amor,
seguiria meu coração.
Criaria o enevoado,
para aquecer-te sem precisão.
Pra lembrar-te
expresso o inconsciente,
viro pluma e penso leve,
esqueço vida breve
para amar-te eternamente.
Vivo o subjacente,
escrevo poema vivo,
discurso fácil,
vivo-te somente.
Desse amor recente
vivo intermitente,
um período a cada instante,
calma, tranqüila,
serenamente.
És amar
Subo degraus aos céus
e a angústia que arrasto
é meu véu.
Viver-te é prazer intenso.
Norteio o vento,
lambuzo açúcar no mar,
pinto o céu de vermelho,
ensino o mundo a amar
Desço escada nua,
Se um dia hei de ser tua...
De meu sangue beberias o vinho,
seria teu mel.
O véu que já não me lembro
acobertaria-nos do vento,
beberíamos o mar.
Meu mel ensinar-te-ia
tão somente
a me amar.
És o nexo que faltava,
a estrutura do par,
a tônica da rima,
o inicio do verso,
contexto...
O ponto
És amar.
e a angústia que arrasto
é meu véu.
Viver-te é prazer intenso.
Norteio o vento,
lambuzo açúcar no mar,
pinto o céu de vermelho,
ensino o mundo a amar
Desço escada nua,
Se um dia hei de ser tua...
De meu sangue beberias o vinho,
seria teu mel.
O véu que já não me lembro
acobertaria-nos do vento,
beberíamos o mar.
Meu mel ensinar-te-ia
tão somente
a me amar.
És o nexo que faltava,
a estrutura do par,
a tônica da rima,
o inicio do verso,
contexto...
O ponto
És amar.
De(s)Amor
Eu senti
Sem ti
Longínqua
Impassível
Dor lancinante
Acordo
Grito
Sonhara?
Gemia
Grunhia
Arfava
Dor
Amor
Dor
De(s)Amor
Eu senti
Sem ti
Eu me senti
Sem ti
Longínqua
Impassível
Dor lancinante
Acordo
Grito
Sonhara?
Gemia
Grunhia
Arfava
Dor
Amor
Dor
De(s)Amor
Eu senti
Sem ti
Eu me senti
Amar-te
Amor recíproco e imponderável
é ovacionado pelas impossibilidades
e encarcerado no recanto mais puro de minhas angústias.
Amar-te é negar-me à felicidade para dar-te paz.
Fundamental é fazer-te possuir tudo que faz ausência em mim.
Amamos-nos no desejo do beijo nunca apreciado,
na troca de olhares nem sequer disfarçados,
na angústia, no medo de soltar o que ainda parece controlável.
Amar-te-ei ainda que desnecessário.
é ovacionado pelas impossibilidades
e encarcerado no recanto mais puro de minhas angústias.
Amar-te é negar-me à felicidade para dar-te paz.
Fundamental é fazer-te possuir tudo que faz ausência em mim.
Amamos-nos no desejo do beijo nunca apreciado,
na troca de olhares nem sequer disfarçados,
na angústia, no medo de soltar o que ainda parece controlável.
Amar-te-ei ainda que desnecessário.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
esses
sou sem ser
só,
sonho: sendo
seria simples sobreviver
sem sintaxes
sem segredos
sentimentos
sem sentido
são
sortilégios
sorrateiros
(esses esses
excessivos
sussurram
nos meus ouvidos
o dia inteiro!)
sons suspensos
outros submersos
surpreendem
nos meus versos
sílabas são peças
do meu quebra-cabeças-universo
só,
sonho: sendo
seria simples sobreviver
sem sintaxes
sem segredos
sentimentos
sem sentido
são
sortilégios
sorrateiros
(esses esses
excessivos
sussurram
nos meus ouvidos
o dia inteiro!)
sons suspensos
outros submersos
surpreendem
nos meus versos
sílabas são peças
do meu quebra-cabeças-universo
alguns poetrix
PHAGO
o que o corpo come
quando a alma
é que tem fome?
'
PHRENESIS
é tão pouco
o que separa
o são do louco
'
FALLENS
tanto riso sem alegria
como dança sem música
como amava se não sabia?
'
SUPPLEO
no lugar do abraço
o vazio da vontade:
saudade
la première leçon
j´ai parti
je te dis
ça ne vas pas
tu me réponds
je pense
il veut que je reste!
mais ce n’est pas comme ça...
la grammaire, elle est bien plus importante
que moi
pour toi
et tu t’en vas…
je te dis
ça ne vas pas
tu me réponds
je pense
il veut que je reste!
mais ce n’est pas comme ça...
la grammaire, elle est bien plus importante
que moi
pour toi
et tu t’en vas…
indriso
trincas, lascas, rachaduras
tudo o que enfeia
o oposto do cuidado
um resto de ser ficou pelos cantos
tudo o que estraga
que aniquila, devasta
o que é resíduo, rebotalho
um pouco de nada fingido de espanto
tudo o que enfeia
o oposto do cuidado
um resto de ser ficou pelos cantos
tudo o que estraga
que aniquila, devasta
o que é resíduo, rebotalho
um pouco de nada fingido de espanto
[a água me chama...]
a água me chama e quero ir soltar-me deixar-me simplesmente ir com as ondas liberta dos destinos das chegadas das promessas apenas fluindo com as correntes aproveitando cada uma das originais sensações da oscilação de temperatura sobre a pele
'
a água me chama porque sou eu também mar sou células feitas de água e sal e o contato íntimo com o meu mesmo me pacifica como um reencontro como um regresso à mais primeva origem como à mãe
'
a água me chama com sua voz melíflua e ritmada e suas canções de maresia criam sereias que atraem marujos esperançosos por braços quentes corpos ardentes amor infinito
'
quando me deixo ir com a água sou eu a sereia e o marujo
'
meu corpo é o calor em meio às águas
'
sou até onde as ondas persistem
'
a água me chama porque sou eu também mar sou células feitas de água e sal e o contato íntimo com o meu mesmo me pacifica como um reencontro como um regresso à mais primeva origem como à mãe
'
a água me chama com sua voz melíflua e ritmada e suas canções de maresia criam sereias que atraem marujos esperançosos por braços quentes corpos ardentes amor infinito
'
quando me deixo ir com a água sou eu a sereia e o marujo
'
meu corpo é o calor em meio às águas
'
sou até onde as ondas persistem
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Fênix
Ilustração: Jairo TX
Ontem eu era alguém
E me sabia bem
Ontem eu era eu
Hoje já nem sei
Vaguei pelo dia
Deixando nele rastros de mim
E com a minha caminhada
O dia chegou ao fim
Sofri
A pequena morte do adormecer
Senti
A centelha de vida do amanhecer
Sai
Nua e nova
Dentre os velhos lençóis carmim
Sorri
Lua nova
Limpando os restos hefestos de mim
Sou Recente
Desconhecida
Mal acabo de acontecer
Sol nascente
Desinibida
E um mundo novo a percorrer
Dia inteiro é longa vida
Antes do fogo do anoitecer
Mundo alheio
Recém-nascida
Vivê-lo será um prazer!
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Banquete
Imagem: Yoshitaka Amano
Sobre a bandeja de prata
Eu sou o prato
Nua e crua
Eu sou tua
Refeição
Sinta o aroma
Satisfação
A pele branca
De marfim
Toque o veludo
O cetim
Aprecie
Sacie
A fome
Sirva-se
Dentes e talheres
Sobre mim
Rasgue a pele
Corte a carne
Tenra
Beba o sangue
Quente
Saboreie
O líquido acre-doce
Que escorre de mim
Beba-me,
Antes que o sangue esfrie
Coma-me
Antes que a carne morra
Devore-me
Antes que já não haja
Mais nada
Pra provar em mim
E ao final
Erga a taça
Lamba o prato
Não deixe migalhas
Daquilo que um dia fui
Mortas e esquecidas
Sobre a bandeja de prata
(meu) Fim
Inspirando
Imagem: Dave McKean
Augusto morreu tanto e tanto
Antes de morrer de fato
Morreu bem morrido!
Moribundo inato.
A prática leva a perfeição.
*******
Manuel brincou de moscas
Fingiu-se rio, pedra e árvore
Manuel sabe das cousas
E das não-cousas também
Manuel é tão coisado!
Que gozado:
Quero crescer pra Manuel.
*******
Fernando não soube ser um ser
Foi multidão
Bando de gente dentro de si
Tão diferente
Fernando é triste e contente
Fernando é tão pessoa!
Fernando me soa.
*******
Às vezes sou tão Augusta
Que me sinto Pessoa
Já me pintaram Rodrigues
Queria ser Manuel!
Sem Razão
Sedução Matutina
Imagem: Dave McKean
À madrugada que me seduz
Com seu silêncio e pouca luz
Foi só pra ti que eu compus
Este pequenino canto
Pois já não sei te fazer jus
Com meu sonhar, meu ar
Meu pranto
Em tuas curvas, meu fascínio
Em teus murmúrios, meu delírio
Hipnotiza-me o teu brilho
Este poema é mais um filho
Desta paixão: doce martírio!
Que me condena e me conduz
Ao teu silêncio e pouca luz
A ti estou presa, sedada, selada
Fadada e mimetizada
Teu chegar faz de mim um nada
E o teu partir, menos ainda
Oh madrugada, porque és tão linda?
Caio sempre em teus encantos
Tão conhecidos e desinibidos
Já te pertenço há tanto e tanto
Levaste o riso, deixaste o pranto
Largado em um canto qualquer
Suplicando e rastejando
Pela migalha que de ti vier
Madrugada: cruel e linda
Tu só podes ser mulher!
E o teu silêncio me conduz
Oh madrugada: me seduz!
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Meu Amor
Um amor muito maior que o dos anjos
e mais alto que todas as estrelas,
intenso como o brilho delas,
sacro como celestiais arranjos.
Transcende a existência dos seres,
seus sentimentos, coisas deste mundo,
sonhos, saber que existe, eu me inundo...
E basta, é tudo, os meus viveres.
Num segundo, minuto, hora, dia
é você em meu coração feliz
que ameniza esta nossa abscendência.
Se vê nas flores, folhas, água, ar...
E jamais haverá de se apagar.
Ah! "Eu te amo!" é assim que se diz
e mais alto que todas as estrelas,
intenso como o brilho delas,
sacro como celestiais arranjos.
Transcende a existência dos seres,
seus sentimentos, coisas deste mundo,
sonhos, saber que existe, eu me inundo...
E basta, é tudo, os meus viveres.
Num segundo, minuto, hora, dia
é você em meu coração feliz
que ameniza esta nossa abscendência.
Se vê nas flores, folhas, água, ar...
E jamais haverá de se apagar.
Ah! "Eu te amo!" é assim que se diz
Eu sou flor que flora à tua presença
Eu sou flor que flora à tua presença,
alegre, contente, muito feliz.
Sou a flor que definha à tua ausência,
triste, implora por água, Flor-de-Lis.
Sou a flor, não ouço o que você diz.
Ficar ao teu lado, o que sempre quis.
Beija-Flor – com você quero ficar,
Porque – agora – só quero te amar.
Às tardes – vinha você me beijar,
Nós – abraçadinhos – em paciência...
Ande p´lo jardim reencontre a flor
bela, que tem um cheiroso sabor
e que não liga pro que você pensa.
Volte a me reencontrar, meu amor!
alegre, contente, muito feliz.
Sou a flor que definha à tua ausência,
triste, implora por água, Flor-de-Lis.
Sou a flor, não ouço o que você diz.
Ficar ao teu lado, o que sempre quis.
Beija-Flor – com você quero ficar,
Porque – agora – só quero te amar.
Às tardes – vinha você me beijar,
Nós – abraçadinhos – em paciência...
Ande p´lo jardim reencontre a flor
bela, que tem um cheiroso sabor
e que não liga pro que você pensa.
Volte a me reencontrar, meu amor!
Marcadores:
Eu sou flor que flora à tua presença
Eu tão sozinho sonho sonho tanto
Eu tão sozinho sonho sonho tanto
Que tudo eu tenho e não tenho nada
O sol, lua, uma terra encantada...
Eu morro, morro, me calo - em pranto.
Você bela Rainha deste Reino
Encantado e do outro... dou meu Amor.
... u’a rosa, minha vida, uma flor
E com tanta beleza me fascino.
Você partiu sem ao menos ter vindo
Ilusões... por noites passei sorrindo
Junto de você... é muita saudade.
Sonhos... delírios... algo que me agrade...
Sou o Príncipe esperando a Rainha...
Eu sinto tão feliz... mas me definha...
Que tudo eu tenho e não tenho nada
O sol, lua, uma terra encantada...
Eu morro, morro, me calo - em pranto.
Você bela Rainha deste Reino
Encantado e do outro... dou meu Amor.
... u’a rosa, minha vida, uma flor
E com tanta beleza me fascino.
Você partiu sem ao menos ter vindo
Ilusões... por noites passei sorrindo
Junto de você... é muita saudade.
Sonhos... delírios... algo que me agrade...
Sou o Príncipe esperando a Rainha...
Eu sinto tão feliz... mas me definha...
Marcadores:
Eu tão sozinho sonho sonho tanto
Juntos em uma tarde outonal
Juntos em uma tarde outonal.
Quietos. Risadinhas e sorrisos...
Um momento pra alguns floridos versos.
Ali, nasceu meu Amor sem final.
Entre árvores, flores e folhas secas
Era tarde em que o Amor chega mansinho
E instala no peito beleza intrínseca.
Suas palavras, sorrisos, um carinho
Que refresca como brisa do dia
E fina garoa que a alma alumia,
A alegria que já nasce florescente.
Uma tarde tão calma e linda e bela
Não poderia ser tão diferente...
Agora, te amo tanto R...
Quietos. Risadinhas e sorrisos...
Um momento pra alguns floridos versos.
Ali, nasceu meu Amor sem final.
Entre árvores, flores e folhas secas
Era tarde em que o Amor chega mansinho
E instala no peito beleza intrínseca.
Suas palavras, sorrisos, um carinho
Que refresca como brisa do dia
E fina garoa que a alma alumia,
A alegria que já nasce florescente.
Uma tarde tão calma e linda e bela
Não poderia ser tão diferente...
Agora, te amo tanto R...
No Alto do Morro
A Noite linda, enluarada e fria
Acolhe dois amantes aos beijos
sob o abobadado céu de estrelas.
Acolhe dois amantes aos beijos
sob o abobadado céu de estrelas.
Violar
O violeiro,
O violeiro,
violou sua viola,
sua viola ele violou.
O violeiro,
viola a sua viola.
A sua viola ele viola.
O violeiro,
viola com viv'arte.
Viola. Violou. Violarás.
O violeiro,
violou sua viola,
sua viola ele violou.
O violeiro,
viola a sua viola.
A sua viola ele viola.
O violeiro,
viola com viv'arte.
Viola. Violou. Violarás.
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