Imagem: Dave McKean
Augusto morreu tanto e tanto
Antes de morrer de fato
Morreu bem morrido!
Moribundo inato.
A prática leva a perfeição.
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Manuel brincou de moscas
Fingiu-se rio, pedra e árvore
Manuel sabe das cousas
E das não-cousas também
Manuel é tão coisado!
Que gozado:
Quero crescer pra Manuel.
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Fernando não soube ser um ser
Foi multidão
Bando de gente dentro de si
Tão diferente
Fernando é triste e contente
Fernando é tão pessoa!
Fernando me soa.
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Às vezes sou tão Augusta
Que me sinto Pessoa
Já me pintaram Rodrigues
Queria ser Manuel!
Conseguiu transpor a idiosincrasia (adoro essa palavra) de cada poeta. Mas o que mais gostei mesmo foi da última estrofe. Queria mesmo escrever uma poesia assim, falando de poeta(s). Vou procurar saber mais sobre Manuel de Barros. Instigou-me. :)
ResponderExcluirAdorei esse. É muito bem humorado, e a referência não só intertextual (aos poemas dos ditos poetas) e à própria biografia deles, torna este texto um poema moderno: tanto no ser sofisticado e atrevido, quanto se declara, descaradamente, "antropófago".
ResponderExcluirGostei muito.
Eu particularmente, tenho um 'mimo' especial por esse poema...
ResponderExcluirFoi escrito após um sarau inesperado (de leitura também se chama sarau?) que aconteceu aqui em casa, entre livros, risadas e vinhos. Escrevi de 'mão única', ou seja, nasceu inteirinho - e é um filho bem bonito!
Bem diferente das coisas pesadas que eu costumo produzir (Rodrigueana, como vivem me repetindo).
Acho que é por isso que gosto tanto dele - mostra a juju divertida.
Que bom que também gostaram - obrigado.
E Gui - Manuel é sensacional!
ah, amei este! the best, na minha opinião!
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ResponderExcluirrecompondo
ResponderExcluirAh, mas que coisa linda. Brincadeira de gente grande. Cirandinha! Adorei esse e tanto que deu vontade de no final.
Gosto dessa intertextualidade, dessa apropriação dos poetas pela poetisa. Metapoema. Gosto disso.
Deu vontade de brincar com ele. Pode? Ah, não resisto.
Às vezes sou tão Augusta
Que me sinto Pessoa
Já me pintaram Rodrigues
Queria era ser tanto e toda Manuel
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBrincadeiras são sempre 'bem vindas' (na dúvida, deixei o hífen no bolso - risos)
ResponderExcluirEu gosto de escrever coisas divertidas.
Acho que faria mais sentido se eu assim escrevesse - pois eu assim sou - mas na maioria das vezes, o que predomina nas minhas 'escritas' é cinza.
Embora eu seja um ser colorido, acho que meu 'recheio' é Emo - hahahahha
beijus
Que maravilha de poema, Jú Blasina! Surpreendeu-me. Parece que seus "poemas de essência" são mais vivos que seus "poemas de construção".
ResponderExcluirA brincadeira espontânea com as palavras, a intimidade com o poetas, tudo é bárbaro. Muito agradável.
E a última estrofe mostra o reencontro dos poetas na poetisa (Jú).
Este filho é preciosíssimo, Jú. Continue cuidando dele com carinho.
Obrigado Carlinhos!!
ResponderExcluirEste filho é mesmo bem amado! Beijus.