terça-feira, 26 de maio de 2009

Embrulho















A cada dia mais embalada
Disfarço as marcas da vida
O que trago em mim? É nada
Só me deixe/ bem/ envolvida.

Três camadas de plástico-bolha
E o meu orgulho ainda ruindo
Se meu papel fosse feito de folha
Eu, na certa, estaria sumindo

Hoje é um dia duro, daqueles
Em que o mundo real me evita
Vou refazer-me o belo embrulho
Preciso de um laço de fita!

6 comentários:

  1. bom este tbm... vc em geral é tão anti-rimas e métricas... e olha só como trabalha bem com esses materiais mais conservadores!

    gostei da metáfora do embrulho, sobretudo do plástico bolha... seria mesmo bom ter uma camada dessas às vezes...

    não entendi as barras separando me deixe/bem/...

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  2. Podes até não acreditar, mas as rimas acontecem ao acaso - apenas soam bem aos meus ouvidos e "acontecem" - Raramente me preocupo com as regras e nem sei contar sílaba poética

    - eu brinco com o V. dizendo que se eu fosse ao "soletrando poesia" seria uma vexame! (risos)

    Mas com a forma sim - sou totalmente paranóica.

    As barras do /bem/ são pq ele pode ser lido ou ignorado - a proposta era deixar a margem à dúbia interpretação (faço muito isso com parênteses e pontos no meio de palavras)

    Beijús

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  3. Pois eu li o /bem/ como se as barras sugerissem o embrulho!

    Ou então, como se o bem ali não fosse um advérbio (sinônimo de muito), mas um substantivo: você "coisificada".

    Cada leitura é realmente única!rs

    Beijo.

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  4. Gostei das tuas leituras, Renata!

    E confesso que a analogia das barras com um embrulho não foi proposital (mas muito me agradou!!!)
    - já o /bem/ enquanto "coisa", sim.

    Beijus

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  5. (último comentário - o meu - excluído pelo excesso de malcriações)

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  6. Assim não vale, V!
    Manda as malcriações - todas as que tiveres!
    Na pior das possibilidades, vais receber pimenta na língua!

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