segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sina

KONICA MINOLTA DIGITAL CAMERA

O dedo indicador
- Trapaceiro -
Brinca
Enroscado no cabelo

Tem sido ele o inimigo afiado
Da mão esquerda enervada
Por fábula sem fada nem fala

É dedo e é garra aferrados à palavra
Até que o sino da meia-noite toque

Não há sinos, aqui

São três e dez.
Os gatos escutam,
No canto de um galo insone,
Minha espera

-

-

-


© Compulsão Diária

MyFreeCopyright.com Registered & Protected

10 comentários:

  1. ... comentei os outros... este já tinha lido no blog, mas ainda preciso digeri-lo melhor... comento depois!

    ResponderExcluir
  2. Encantador, Beatriz!
    À falta de sinos, avançamos pela madrugada.
    Em uma espera, em seu caso, percebida tão só pelos gatos.
    Em uma espera, em meu caso, comprimida pelas paredes.
    E a palavra, muitas vezes, não vem nem sob ameaça...
    Um beijo, querida!

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito,muito. E diverti-me reescrevendo... também poderia ficar assim?

    O dedo(,)indicador,
    Trapaceiro,
    Brinca enroscado no cabelo

    Tem sido ele o inimigo afiado
    Da mão esquerda enervada
    Por fábula sem fada...

    nem fala

    É dedo, é garra, aferrados à palavra
    Até que da meia-noite o sino toque

    Não há sinos, aqui

    São três de dez.
    Os gatos escutam,
    No canto de um galo insone,

    Minha espera

    ResponderExcluir
  4. Humm, este também está sendo modificado. Ele é confuso pra mim, ainda. Falta ritmo, algum deslocamento de um eixo que insisto em manter síbólna figura dos gatos mas queria que virassem signo.
    José espalhou um pouco, descondensou...o que deixou umas aberturas pra repensar.
    Obrigada!
    Estou em luta com este aqui tb

    ResponderExcluir
  5. corrigindo: que isnisto em manter símbólico

    ResponderExcluir
  6. Renata eu agradeço o elogio.Mas, vc sabe que vamos trabalhar nele;)))
    Estou com as mangas arregaçadas. UFA!

    ResponderExcluir
  7. Na reescrita que fiz, tive em atenção o ritmo. Experimenta ler... fica assim: corremos o texto até "cabelo", depois, interrompendo em "fada...", fazendo pausa aí, julgo ficar legal. O resto, se lê em 4 tempos:

    1:
    É dedo, é garra, aferrados à palavra
    Até que da meia-noite o sino toque
    2:
    Não há sinos, aqui
    3:
    São três de dez.
    Os gatos escutam,
    No canto de um galo insone,
    4:
    Minha espera

    ResponderExcluir
  8. Talvez eu espere a reescrita. Não "peguei" esse não...

    ResponderExcluir
  9. Então Sina depois de muito mexe-mexe ficou assim. Agradeço a todos que leram e ao josé, em especial.

    eu gostei da versão final. Valeu mexer


    O dedo indicador direito,

    - Trapaceiro -

    Brinca

    Enroscado no cabelo



    Tem sido ele o ferrenho

    Inimigo da mão esquerda

    O corpo da fábula

    Sem fada nem fala



    É dedo e é garra,

    Cadeado e chave.

    É trinco da palavra

    Aferrada à frase



    Até que o sino

    Acorde e lembre:

    Meia - noite é hora

    De tocar a vigília.



    Não há sinos

    Aqui são três e cinco,

    Gatos rastreiam

    Cantos de um galo insone



    E eu espero sonhos

    Mirando olhos rajados e verdes

    Na palma da mão,

    Longe dos dedos

    ResponderExcluir
  10. Gostei muitíssimo deste!

    É sutil e delicado - deixa margem à algumas interpretações a cerca do tempo - eu gosto de poesia assim, não literal - todas deveriam ter este aspecto, mas na prática a gente sabe que não é bem assim.

    Ah, o tempo e suas nuances...

    Eu pensei nas noites infindas - também não há relógios aqui!

    Mas os versos seguintes conotam outro aspecto do tempo - seu peso sobre nós:

    "Da mão esquerda enervada
    Por fábula sem fada nem fala"

    Seja como for - Lindo poema!
    Beijus

    ResponderExcluir