Dirijo um teatro de máscaras.
Nele, sou o ator principal.
Meu palco é o além-eu.
Minha máscara é o plural imperfeito,
O incerto transmutável.
Se desejo-me poeta, sou tristeza.
Se almejo a tristeza, sou negligência.
Se busco a negligência, sou sorriso.
E se quero só um sorriso, eu gargalho!
Oh, máscara da morte,
Que veste a máscara da vida,
Que veste a máscara do simples,
Que veste a do complexo,
Antes que me deixe nua a face,
Com tuas incógnitas cores,
Permita-me encenar o grande final
Portando a mais bela,
Aquela que é incondicional e plena,
Absoluta e irreversível:
A máscara do amor.
Aliás,
Será uma máscara?
Olá, Carlos!
ResponderExcluirSou a mais recente integrante deste espaço.
Ficarei com sua indagação final:
o amor seria uma máscara?
...
Olá, Renata! Seja bem-vinda.
ResponderExcluirPois digo que as máscaras da vida vivem a me assobrar. Até que ponto sou eu ou máscaras a se exporem ao mundo? E, sendo máscaras, não seriam essas máscaras a própria essência do "eu"? Teríamos, então, vários "eus" que, juntos, formariam o "EU"... Viagens do ser...
este é o avesso do primeiro: lá, o querer está à flor da pele, exposto, óbvio... aqui, está lá dentro do labirinto das máscaras, postas como camadas sobre... o quê? será o amor esse núcleo último? não sei... dá uma prosa e tanto!
ResponderExcluiruma única sugestão de forma: eu tiraria a palavra "aliás"... me parece que quebrou um pouco o clímax... deixaria apenas a pergunta solta, talvez até como uma estrofe final de verso único... mas enfim, isto é só um palpite!
Ótimo palpite, Márcia. Sabe que eu nunca havia notado essa quebra... Como é um poema antigo, meus olhos meio que calejaram com ele tal como está. Mas, sua sugestão foi muito pertinente. Acatada.
ResponderExcluirE obrigado pelo comentário.
Opa, acho que é minha primeira vez aqui. Ótimo espaço, boa "seleta". Um abraço, e poesia sempre.
ResponderExcluirAdorei.
ResponderExcluirQue maravilha esse poema!
Tanto que, desta vez não consigo ter uma estrófe ou verso favorito
- põe "todo significativo" nisso.
As idéias em cadeia das estrófes 2 e 3 não poderiam ser melhores, enquanto a inicial apresenta o tema e a final o conclui com a sábia e humana dúvida.
"Seria o amor uma máscara?"
Se o for, eu a visto com alegria.
E feliz marionete seria,
até o fim dos meus dias.
(risos)
Parabéns Carl!
Brigadjuuuuuu!!
ResponderExcluirPois é... o amor... Eis uma máscara gostosa de se usar.
Bom, Carl. Cá estou, e cá estou com meu mau humor.
ResponderExcluirEu achei seu poema brilhante, até a última estrofe. Não está de acordo com o que diz a primeira parte do poema, e joga por terra aquilo que o estava constituindo como uma peça interessante: a contradição. Também achei desproposital uma pergunta no final do poema: há outras maneiras de deixar a dúvida no leitor - o que é, aliás, um dos objetivos do poema.
Um poema indo para o rumo do universal caiu no lugar-comum do amor. Excetuando a última estrofe, está muito bom.
Maravilha, V. Como sempre, suas observações são bem pertinentes.
ResponderExcluirEsse poema é um tanto antigo, e confesso que não o considero 100%.
Tanto ele como o outro ("Quero") são de uma fase em que eu escrevia, digamos, por escrever... Marcam aquele meu momento, e eu tenho uma postura de não mudar um poema depois de tido-o como acabado, até para que fiquem como registros do meu processo.
Enfim, quis mostrá-los a vocês para perceber as reações. Mas, não pretendo mudá-los (pelo menos não drasticamente), apesar de concordar totalmente com sua opinião.
Valeu, camarada!