Solução
a vida, em papel, repetida
diluem-se, cá e no mar,
a original e a de tinta
o que quer dos poetas a eternidade é o que espera dos cães a noite: que uivem o verniz gasto das horas o silêncio e o vazio eis o coração das letras_________
De poetas e cães
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Anatomia
Solução de poetas e cães, anatomia de um poema, poderia ser título de uma conversa sobre o fazer poético. Nestes poetrix vejo um assim
ResponderExcluira vida, em papel, repetida
diluem-se, cá e no mar,
a original e a de tinta
De poetas e cães
o que quer dos poetas a eternidade
é o que espera dos cães a noite:
que uivem
o verniz gasto das horas
o silêncio e o vazio
eis o coração das letras
não sei analisar poetrix... apenas sei dizer se me tocam, ou não... estes, sim... sobretudo o primeiro... muito linda a imagem da aquarela da vida se dissolvendo na água marinha do tempo...
ResponderExcluirPra começar... eu amo Poetrix (mas não sei bem a diferença entre eles e o Haiku).
ResponderExcluirDe qualquer forma, ambos dizem muito em poucas palavras e, portanto, 'sábia' deve ser esta escolha e associação de palavras.
Em "Solução" achei maravilhosa a comparação 'vida e tinta' - ambas diluindo-se /em solução.
A vida real e aquele aquela que é escrita.
"De poetas e cães" - acho que já comentei no teu blog, V. (o qto adorei) - o desejo compartilhado e neste poetrix, tão bem ilustrado, de se alongar o tempo... (reticências para enfatizar - risos)
"Anatomia" - Vejo a dissecação o ato de escrever. O tempo nele gasto, dedicado, a concentração, a introspecção.
Os 3 Poetrix são ótimos, V - Parabéns.
E não posso deixar de ressaltar o quanto me agrada também a forma/estética deles - que não creio ter surgido propositalmente, pois tu não dá 'ponto sem nó' - Beijus
Belíssimos... todos eles!
ResponderExcluirAcompanharei a produção desse estúdio.
Gostei dos poetrix. Sugestão:
ResponderExcluirDe poetas e de cães: Se calhar, reescrevia, passando o "Que uivem" para título
Hum... deixa eu tentar, que poetrix é complicado...
ResponderExcluirO primeiro fala da vida na papel. O segundo, do uivo dos poetas. E o terceiro, do coração das Letras.
Vejo aí o ato criador unindo os três poemas. Temos uma vida criada no papel, o uivo criativo da poesia e as bases criativas das Letras. E, diante desse contexto criador, qual seria a cria? A própria poesia, talvez? Ou o eu-lírico?
Enfim, a metáfora criadora paira nesses três poetrix, o que os une e traz beleza ao conjunto. Sem contar que o fato de serem 3 já reforça a ideia dos 3 versos do poetrix.