tinge-te, fera, de vermelho-gente
quente troféu vivo de tua caça
dure a tua raça, fera, eternamente
rola e delicia-te, fera, sente
gente parda, preta ou pálida
retalhada, é rubra inteiramente
caça, persegue, retalha, devora
sê por dentro e por fora, inteira, vermelho-gente
Gostei da pegada;))
ResponderExcluirEsse vermelho incita a ferocidade que vejo já fervendo em todos nós nestas terras de todas as cores. Sei lá, mas deu vontade de sair passionaria..No passarán! E eles estão passando. Muitos, vnas bandeiras e uma carne fria por dentro.
Boa, boss
que fera é essa, que põe às claras o igual humano que a exterioridade disfarça? tantos nomes ela tem! prefiro um: desejo! é esse o vermelho-sangue-pulsão-gente que nos iguala, e ao mesmo tempo nos torna únicos... um poema que incita, que diz: vive!... e o leitor sai dele mais vermelho, mais pulsante, desejando vida...
ResponderExcluirSeria este um 'hino' ao predador - vestido de bicho ou sentimento qualquer - que desnuda, descarna, desmascara as supostas diferenças, que aparentemente separam os humanos enquanto raça - aqui são caça e assim se mostram uma coisa só:
ResponderExcluir"gente parda, preta ou pálida
retalhada, é rubra inteiramente"
Sensacional!
Só não entendi o que quis dizer a falta de espaçamento nos últimos versos, que os difere visualmente dos anteriores:
"sê por dentro e por fora, inteira, vermelho-gente"
"Só não entendi o que quis dizer a falta de espaçamento nos últimos versos, que os difere visualmente dos anteriores:"
ResponderExcluirVisualmente, aconteceu por acaso. Isso é um verso só. Se não tem espaço entrelinhas, é um só verso. Coisas do blogger...
Demorou, mas, assimilei...
ResponderExcluirCreio que este indriso reflete sobre a condição social da humanidade. Esse fera seria o próprio ser humano que, por mais que diferencie-se em várias raças, é "vermelho-gente" por dentro. Ou seja, o sangue que corre em nossas veias nos une como espécie única.
Por mais que esse ser humano tenha atitudes diversas (caça, persegue, retalha, devora), ele ainda é um ser humano e se faz igual aos outros.
O ponto forte do poema foi trazer tais reflexões a partir da "fera" humana. Isso foi o que deu o diferencial.